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Mostrando postagens de 2014

Éramos Dois

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O problema é que a gente fica tentando contemporizar, jogar com o tempo, adiando decisões, enfim...empurrando com a barriga. A gente sabe e está vendo que...digamos assim..."tal ciclo" acabou, não tem mais volta e qualquer tentativa na direção contrária ocasionará resultados desastrosos, perda de tempo, além de denotar uma clara fuga da realidade.  Os olhos não querem ver, o coração arranja descul pas, o cérebro se recusa a decidir...afinal, "podemos ser amigos" ou "vou deixar a vida me levar" são desculpas que nos poupam de sermos taxativos e darmos um basta no que se desgastou, de liberar o armário das roupas velhas, que já não nos servem, para dar espaço às roupas novas que virão. Entenderam? Deixar partir o que já esgotou o prazo de validade e se abrir para o novo. Mas eufemismos e negações são inerentes ao ser humano e, junto à insegurança, ao conformismo, ao apego à zona de conforto, o revestem com uma falsa defesa que se propõe a esconder seu me

O Fim

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Ela o abraçou bem forte Como se quisesse puxá-lo para dentro de si, Na tentativa de fundir seus corpos em um só, Em uma forma de guardá-lo em seu ser. Mas os braços dele, inertes, ao longo do corpo, E a frieza que dele emanava, Ardiam em sua alma, Como um estranho paradoxo que se criou Naquele momento singular. Sabendo ser aquela a partida, Ela lutou contra a antítese que se formou, O desejo insano de que ele ficasse, Associado à certeza de que o melhor Era que partisse...ela já não sabia. Toda uma história, como um filme dramático, Passou em sua mente...toda uma vida, Momentos... ...não era como se ele estivesse partindo, Era como se sua vida, junto àquele amor, Estivesse se esvaindo... Ela quis gritar, ela quis fincar as unhas em sua pele, Maldizê-lo, atingí-lo, ferí-lo, expulsá-lo... Ela quis explodir a muralha que havia em volta dele, Fazê-lo reagir,  Ser uma pessoa de verdade,  Com sentimentos. Mas, ela só conseguia verter sil

Réquiem

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À imagem idealizada, Ao sonho acalentado, Às lembranças eternizadas, Às saudades alimentadas, Às canções que foram ouvidas, Infinitas vezes, anos a fio, Às cartas e fotos, Todas guardadas em um baú, Às poesias que foram escritas, À história que existiu, Embora tenha se perdido, À parte do meu eu Que ainda vivia no que você tinha sido, E, até mesmo, Ao estranho que encontrei No lugar do velho conhecido: As exéquias, A ode de despedida, Última homenagem, Justa e a tempo, A tudo o que foi vivido E não havia sido esquecido. Sempre chega a hora, ainda que tardia, De deixar partir os velhos fantasmas, A nós acorrentados. Adeus, descanse em paz. Em seu epitáfio, Os últimos versos, A derradeira inspiração Para o réquiem que encerra Uma vida, um passado.