Eternamente Cigana



ando pelas estradas,
sabendo de onde vim,
sabendo onde quero chegar,
o destino guia minhas rotas,
as emoções guiam meus passos,
sei o que quero
e sei onde estão as respostas,
que passei por toda a vida a buscar.

sou cigana, conheço a sorte,
minha companheira de trajetórias,
lado-a-lado com o destino,
amigo,
filha do vento,
caminho,
sigo pela vida,
bailando por entre histórias,
colhendo de árvore em árvore
o fruto de meus atos,
plantando aqui e acolá
a semente que se tornará
a árvore sob a qual quedarei
no final de minha jornada.


espera-me um povo
alegre e festeiro,
roupas coloridas,
bailados encantados
ao pé da fogueira
meu povo cigano,
amado,
se, aqui estou,
é para meu aprendizado.


mas sinto falta de minhas raízes,
do meu solo adorado,
das cancionetas ao violão,
da buena dicha...
pelas noites que passo,
meu coração, saudoso,
chora a falta desse povo,
minha mente, em sonhos,
vai buscá-los,
não se priva de sua família
o filho tão apegado.


um lamento corta o silêncio da noite,
apenas a lua testemunha
as lágrimas de saudade.
sou cigana, fora de minha terra,
longe de meu povo,
do meu solo.
sinto falta do bailado,
das canções,
da fogueira,
desse povo tão amado.

mesmo longe continuo sendo o que sou,
cigana,
filha dos roms,
temporáriamente distante,
mas com eles em meu coração,
aqui estou me preparando
em breve, retorno aos meus
e a buena dicha se fará novamente.
bailando pela noite,
filha do vento,
companheira do destino,
amiga da sorte,
sou cigana...até a morte.

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