Yo Volverei
longe da minha terra, sou caminhante sem rumo, árvore sem raiz. longe de meu povo, longe de minhas canções, sem meu bailado, sem o calor da salamandra e o gosto do vinho em meus labios, uma cigana solitária, sem ter onde quedar-se, quem eu sou? eremita perdida em suas andanças, os passos que perdem-se no vazio do espaço, a solitude acompanhada pela saudade. cigana... bailando no vácuo do silêncio... nada sou... magia que dissolve-se no infinito, olhar perdido no horizonte, o desejo do regresso, a certeza da volta...um dia... quando voltarei? pessoas que me esperam, companheiros de caminhada, a caravana que aguarda a volta da filha amada. cigana... zíngara... gitana... eu vou, mas volto, a dor que me acompanha se desfaz na certeza, que não me deixa, de que sei onde é meu lugar. a vida que caminha em círculos, mas ao ponto de partida acaba por voltar. peregrina... a filha que partiu, mas, um dia, vai regressar.