Crônica-Rendición



Ela sente como se não pudesse dizer não, como se jamais pudesse se recusar a atender a qualquer pedido que ele faça.
É impressionante o poder que ele tem sobre ela...como sua voz, seus olhos, seu desejo a possuem...o desejo dela confunde-se com seu desejo, o querer dela mescla-se com o seu querer...uma estranha simbiose que a mantém fascinada por esse homem.
Mesmo após o físico ter se transformado em platônico, mesmo quando o contato de ambos se dá de forma mais virtual do que real, mais espiritual do que material...ela sente seu magnetismo à distância e, em seu olfato, o cheiro dele, máscula essência, que a subjuga.
Instinto...domínio...posse...querer sem possuir...ter, sem exigir mais do que se consegue...
A qualquer momento, durante o dia, ou durante a noite, ela chega a sentir sua presença, tão real, concreta e palpável, quase como se pudesse tocá-lo...e isso a enlouquece, a tortura, porque ela sabe que há muito mais coisas que se interpõem a ambos do que coisas que poderiam (e deveriam), de fato, uní-los.
Ainda assim, ela sabe que, também, exerce algum poder sobre ele, que algo o mantém sempre pronto a recebê-la em seus braços fortes...que sua masculinidade só se completa em contato com a doce feminilidade dela...que ele quer, ele exige, ele não vive sem ela.
Um jogo sem perdedores ou vencedores, uma guerra que só eles dois sabem como e onde travar...

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