O Reverso


Vivendo de aparências,
Arremedos de um tempo que se foi.
Me alimentando de migalhas e mentiras,
Até mesmo daquilo que me recusa,
Quando me oferece sua indiferença.

Toda a admiração se foi,
Dando lugar ao desprezo
Diante da constatação
De quem é você, na realidade.
Não mais o mito...a mais pura fatalidade.

O amor se torna mágoa, que se torna ódio.
Toda a sua representação me causa aversão,
Sendo, por aí, o que foi, um dia, para mim.
Então, dentro do meu ser e da minha mente,
Mato você, suas palavras, as lembranças.

Máscaras, performances, frases feitas...
Sempre o mesmo, mas não para mim.
Quem é você, se nem mesmo você sabe?
Um livro vazio ou um dicionário de palavras repetidas?
Uma grande mentira vivendo outras mentiras.

Suas canções repetidas,
Velhas estrofes ensaiadas,
No intuito de atingir novas conquistas,
Quando as antigas te enfadam,
Mentiras sobre mentiras...você me cansa!

Entre partir ou ficar, me perco em dúvidas.
Se ficar, o quero prostrado,
Quero de volta o que tive, um dia.
Só espero que não seja muito tarde,
Pois quando o amor vira aversão,
Quando a mágoa e a dor substituem a esperança,
Quando nos lançamos em um abismo,
Em meio à escuridão,
Vibramos na energia da vingança,
E, nessa energia, a felicidade que desejamos
É quando vemos aquele que nos feriu
Provar do veneno que tomamos.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Reflexões

Caroline (Sobre A Princesa e A Boneca de Pano)

Esperanças Nunca Morrem!