Closed Eyes


Seus olhos, antes brilhantes, 
Enigmáticos,
Expressivos,
Hoje estão fechados,
cerrados,
Como portas que nunca mais se abrirão,
Janelas fechadas,
Tornando impossível de se ver a vida lá fora.

A luz de seus olhos esverdeados
Escureceu,
Seu sorriso
Se fechou,
O seu corpo, antes tão ativo, vivo,
Jaz inerte...sob terras quaisquer.

Sinto sua falta,
Como se o houvesse conhecido,
Acreditando em um passado improvável,
Um tempo perdido,
Anos esquecidos.
Sinto cada parte do seu corpo,
Como se o tivesse tocado,
Seus lábios...como se os tivesse beijado,
Seus olhos...como se os tivesse fitado.

E, então, sabendo que seu corpo
Está sem vida, por aí,
Entendo o que é saudade,
Uma saudade de alguém que não conheci.
sinto ter alguma ligação com você,
Um elo que nem mesmo a morte desfez.

Srerá que alguém já sentiu a cruel saudade
De alguém querido, um ente perdido?
A dor do nunca...nunca mais,
O desejo da volta, do retorno, 
O ímpeto de morrer, também,
Para se encontrar com esse alguém?
E se somar essa saudade à saudade de um corpo
Que nunca se tocou, nunca se amou,
Mas, de uma forma inconsciente,
Sempre se desejou?
Um rio no qual nunca se navegou...

É a saudade de um corpo, de um nome
Que traz, em si, a eternidade, 
Apesar da morte,
Do rio e da águia imortal,
O rio que nunca morre, nunca finda seu curso,
A águia, a fênix, que renasce das cinzas,
Closed eyes...eternamente...
Saudades pungentes...River Phoenix!

(SP 23/08/1995 - Aniversário de 25 anos de River Phoenix, se estivesse vivo)

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