Anjos e Palavras




Tudo aconteceu tão rápido e ela mal teve tempo para se situar...palavras e palavras com o poder de uma espada, atravessaram a muralha que ela havia construído em seu coração...afinal, quem ali estava, permaneceria, mas, ninguém mais haveria de entrar...
...ao menos, era isso o que ela pensava e era nisso que ela acreditava...piamente, se agarrando nessa verdade com a força de um náufrago que acha um pedaço de madeira no meio do mar.
Súbito, em um momento de distração, surge um anjo que disse a ela palavras que penetraram em cada um de seus poros e, seguindo por suas veias, atingiram seu coração.
Muralhas? Que muralhas? Elas tinham a resistência de uma miragem e a consistência de uma ilusão.
Ela, que adentrou um mundo mítico de fantasias, não esperava, que em seu Universo de sílfides, dríades, salamandras e ondinas, um anjo pudesse adentrar.
Mas sua presença trouxe ensinamentos, suas palavras mostraram que não há coração que se feche a algo tão sutil que o toque, como tocaram aquelas palavras.
Missão cumprida, o anjo voltou ao seu Universo divino, entre harpas, letras e canções e ela permaneceu onde estava, entre grata e confusa, sem saber por que ele partiu, sem, nem ao menos, entender o que houve...tudo pareceu tão sem sentido, fora da lógica que ela estabeleceu para seu mundo, onde não havia espaço para coisas tão intangíveis e abstratas. 
Talvez ela tenha levado tudo tão a sério, talvez ela tenha se confundido, talvez ela tenha sonhado...mas, o anjo deixou em suas mãos a fórmula mágica da saudade e a certeza de que algo mágico e especial aconteceu, ainda que breve e apenas verbal.

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